Clouds are not spheres, mountains are not cones, coastlines are not circles, and bark is not smooth, nor does lightning travel in a straight line.
Benoit Mandelbrot The Fractal Geometry of Nature (1983)
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O processo de formula��o do presente modelo de identidade gr�fica do Museu da Ci�ncia da Universidade de Coimbra partiu da reflex�o sobre dois elementos axiais na sua constitui��o: por um lado, uma heran�a de colec��es de diferentes dom�nios cient�ficos, constitu�da ao longo dos �ltimos trezentos anos, heran�a essa que se pretende actualizar num projecto museol�gico pioneiro que formule rupturas consequentes, suscept�veis de articular uma museologia cient�fica de car�cter hist�rico com modalidades explorat�rias. Por outro lado, considerou-se a inclus�o deste projecto na corrente estrat�gia de alargamento dos servi�os prestados � comunidade por parte da Universidade de Coimbra, constituindo-se como um dos seus equipamentos de maior visibilidade e frequenta��o p�blica.
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Tratando-se de um projecto que visa, programaticamente, colocar a ci�ncia fora do claustro universit�rio, a formula��o da identidade gr�fica procurou refor�ar visualmente rela��es que s�o intr�nsecas � ideia de ci�ncia e �s suas aplica��es contempor�neas, seleccionando quatro no��es b�sicas: as de acumula��o e criatividade (na produ��o de conhecimento), diversidade (de procedimentos disciplinares e do mundo natural) e unidade (do real).
Na sequ�ncia desta selec��o inicial procedeu-se � recolha de objectos suscept�veis de ancorar estas no��es e adapt�veis a tratamento gr�fico consequente. Deste processo resultou uma investiga��o de padr�es formais de ocorr�ncia na natureza aos quais se vieram juntar outros de proveni�ncia humana.
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A op��o por estas formas n�o foi aleat�ria, dado que elas remetem para as teoriza��es sobre problemas de ordem na natureza (inicialmente tratados na geometria fractal de Mandelbrot e, hoje, comuns em praticamente todos os dom�nios cient�ficos) sendo, por outro lado, reconhec�veis como parte do mundo emp�rico. Em suma, trata-se de uma categoria de objectos que, sendo suscept�vel de reconhecimentos diferenciados, permite ancorar as no��es seleccionadas, evocando um princ�pio de ordena��o na natureza que, sendo vis�vel, n�o � necessariamente aparente e cuja ordem � cientificamente demonstr�vel.
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Seleccionada esta categoria de objectos, procedeu-se a um tratamento gr�fico das figuras padronizadas que visou acentuar a dimens�o de actualidade que � program�tica no Museu da Ci�ncia. A formula��o da identidade gr�fica procedeu � fixa��o de um conjunto de padr�es diferenciados, posteriormente limitado ao espectro crom�tico do arco-�ris. Tratou-se, com este exerc�cio de abertura crom�tica, de �exorcisar� visualmente a associa��o corrente entre a ideia de universidade e um formalismo bacoco e que afecta tamb�m a ideia de museu como um �dep�sito de velharias� (ou um cemit�rio).
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A proposta de identidade gr�fica do Museu da Ci�ncia visa traduzir o car�cter actual do seu pr�prio projecto, reflectido tamb�m na cor. Uma segunda inten��o da rela��o com o arco-�ris, decorre do prop�sito de inscri��o do conhecimento cient�fico na vida quotidiana, associando os s�mbolos do Museu a um fen�meno natural pr�ximo da experi�ncia de qualquer sujeito. Finalmente, sendo a ci�ncia contempor�nea marcada por rela��es entre diferentes �reas disciplinares, o espectro crom�tico expressa, tamb�m, essa diversidade de �reas disciplinares que fazem a ci�ncia dos nossos dias.
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A proposta contempla duas vers�es desta formula��o, pretendendo expressar o eixo duplo do projecto do Museu da Ci�ncia. Uma dessas vers�es conjuga os s�mbolos de um modo est�tico, reportando-se ao conhecimento adquirido, testado e demonstrado. Contempla, portanto, a heran�a acumulada que vai constituindo a base do processo criativo na ci�ncia. Numa segunda vers�o procurou-se sublinhar o trabalho em curso, o car�cter din�mico do conhecimento, sendo reconhec�veis formas das quais se partiu mas que, por estarem �em curso� n�o s�o defin�veis sen�o pelo movimento que � a sua subst�ncia.
A identidade gr�fica consiste nesta articula��o entre heran�a acumulada e trabalho em curso que �, visualmente, o programa do Museu da Ci�ncia.
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